História
"É tarefa ingente, procurar sintetizar em breve crônica, o histórico de uma organização que,desde os primórdios de sua fundação em 1893, alcança, em 2006, cento e três anos de existência. Assim o que se segue, é apenas o clarão de um relâmpago iluminando tão dilatado espaço de tempo. João Dierberger, que tantas sementes semeou em sua útil existência,foi ele mesmo uma semente que se constituiu em arvore portentosa arvore de lindas flores e ótimos frutos, cuja sombra amiga e benfazeja abrigou, abriga e abrigará a todos os que se seguiram e continuam seguindo seus dignificantes exemplos de pioneirismo, de luta e de constancia de propósitos"
Desembarcava em 25 de dezembro de 1890, no Rio de Janeiro o jovem Jardineiro, João Dierberger. Tinha vinte anos e não trazia consigo outra bagagem senão a arte profissional, vontade de trabalhar e vencer nesta parte do novo mundo.
Após varias tentativas e inúmeros contratempos, na então cidade colonial de São Paulo tudo estava para ser feito. Os primeiros 10 anos foram penosos, não existiam matrizes, tecnologia e condições. Tinha 24 anos ao fundar sua firma.
Apesar disto foi se estabelecendo, gradativamente o primeiro agribusiness particular do Brasil. Abre varias lojas, uma na Rua do Seminário, a pioneira em sementes. Um deposito de plantas na Praça da Republica. Passou a construir estufas onde é hoje a Avenida Paulista.
Teve que praticamente recomeçar tudo de novo após estragos provocados por duas invasões de gafanhotos e duas chuvas de granizo. A praga destruiu as plantas e a saraivada danificou as instalações. Isto provocou lagrimas de homem.
Sempre otimista e empreendedor, fundou uma filial em Santos, Floricultura Campineira, Sitio em Mogi das Cruzes, etc...
As terras que formam a fazenda Citra, em Limeira, foram adquiridas em 1924 e tinham como destino inicial o cultivo de laranja.
A segunda Geração representada por João Dierberger Junior e Reinaldo Dierberger, com formação acadêmica concluída em 1919, ambos se destacaram nas atividades que se dedicaram, tendo como base estratégica, os cultivares da fazenda Citra.
João, por um lado, se associa a João Carlos Batista Levy, para enviar, de forma pioneira no país, laranjas para o mercado europeu. Assim, um primeiro lote de caixas padronizadas de laranja foi embarcada em 1926, pelo porto de Santos, com destino a Inglaterra.Em dois anos, o numero de caixas exportadas aumentou para 203.167, exatamente, detonando um comercio que, permeado pelo infortúnio de guerra, crises econômicas e pragas agrícolas, se consolidou definitivamente como uma das maiores riquezas do pais.
Por sua vista, Reinaldo viria a se tornar figura exponencial na área de Paisagismo. Seu nome ainda está por merecer um estudo que o situe com justiça na história dos jardins no Brasil. Jardins de residências, como a do Conde Crespi, Henrique Villares, parques como Araxá, Poços de Caldas, Jardim do Ipiranga, Palácio da Guanabara, Praça de Tiradentes em Belo Horizonte, entre muitas outras.
Perpetuando uma tradição que vem desde o seu fundador, qual seja, a de introduzir, aclimatar e propagar espécies exóticas no Brasil, a Dierberger é responsável pela presença hoje, entre nós, de plantas ornamentais, aromáticas e frutíferas de grande valor comercial. Ao longo de um século de muito trabalho, foram incorporados e pioneiramente introduzidos a paisagem e ao paladar nacional, novas classes e variedades de abacate, pêssego, maçã, ameixa, caqui, pecan, manga, lichia, acerola, kiwi etc.
A fazenda Citra, hoje alcançada pelos limites urbanos e recentemente dividida e parte desapropriada pela passagem de uma grande Rodovia, é um verdadeiro Jardim Botânico merecedor de maior atenção de todos, pela presença ali de coleções adultas dos vários espécimes exóticos aqui introduzidos. Com base na afluência constante de publico interessado na compra de mudas, outros viveiristas se instalaram nas suas imediações, dando caráter especializado ao comercio.
Até os dias de hoje, sempre buscando novos cultivares, introduzindo novas espécies, a terceira e quarta geração estão firmes no propósito de enriquecer cada vês mais, a nossa, já por natureza, tão bela.